Seguindo pelos contos do Kojiki, mais um trecho da obra “Myths and Legends of Japan”, de Frederick Hadland Davis, traduzido e adaptado por mim.
Izanagi e Izanami, pais de Susanoo e Amaterasu, após esta última ter se escondido na Caverna por culpa de Susanoo, o expulsam dos Céus.
Após ter sido expulso dos Céus, Susanoo desceu à pronvíncia de Izumo. Ao aterrizar, ele ficou perturbado pelo som de choro que ouvia e foi em busca da causa daquela dor. Descobriu, então um velho e uma velha, e, dentre eles, uma jovem a quem eles acariciavam e miravam como se nunca mais fossem vê-la.
Quando Susanoo perguntou ao casal de idosos quem eles eram e por que estavam se lamentando, o velho homem respondeu: “Eu sou uma divindade terrestre, e meu nome é Ashi-nazuchi. O nome da minha esposa é Te-nazuchi. Essa menina é a nossa filha, e seu nome é Kushi-nada-hime (Princesa Inada). A razão de nossas lágrimas é que antigamente nós tínhamos oito filhas, mas elas foram devoradas ano após ano por uma serpente de oito cabeças, Yamata-no-Orochi, e agora se aproxima a hora dessa menina ser devorada. Não há meios de escapar da serpente, e por isso lamentamos muito”.
Susanoo ouviu esse relato doloroso com profunda atenção e, percebendo que a moça era extremamente bonita, ele ofereceu-se para matar a serpente de oito cabeças se os seus pais concordassem em dar-lhe em casamento como recompensa por seus serviços, pedido este que foi prontamente atendido.
Assim, Susanoo transformou Kushi-nada-hime em um pente e o prendeu em seu cabelo. Então ele pediu ao velho casal que preparasse uma grande quantidade de sakê, que ele derramou em oito barris e, depois, aguardou a vinda do terrível monstro.
Eventualmente, a serpente apareceu. Ela tinha oito cabeças, e seus olhos eram vermelhos como as cerejas do inverno. Além disso, ela tinha ainda oito caudas, e abetos e ciprestes cresciam em suas costas. Seu comprimento era do tamanho de oito colinas e oito vales, o que a tornava lenta, mas ao encontrar o sakê, cada cabeça o bebeu avidamente, até a serpente embriagar-se e adormecer completamente.
Então, Susanoo desembainhou sua espada e deixou o mostro em pedaços. Quando ele atingiu uma das caudas, sua espada ficou presa. Curvando-se para ver o que tinha acontecido, ele encontrou a Espada Murakumo-no-Tsurugi, mais conhecida como Kusanagi-no-Tsurugi. Ao perceber que estava diante de uma espada divina, ele a deu para Amaterasu.
Após ter completado a sua tarefa com sucesso, Susanoo transformou o pente em Kushi-nada-hime novamente e foi para Suga, na província de Izumo, onde ambos comemoraram seu casamento.
A Espada Kusanagi-no-Tsurugi é o terceiro e último tesouro do Japão.
Sinal de idade é se lembrar de uma animação que passou na sessão da tarde, na década de 80, nipônica, retratando bem esta passagem …
Olá! Eu tenho uma fixação por esta lenda… desde que me conheço por gente, só que o objeto de minha veneração é o vilão Orochi!!! Tenho o nome Orochi em Romanji em uma placa em meu quarto, minha espada eu chamo de Kusanagi e o espelho de Yata, isso seria normal??
A.K. Não sei. Não sou uma profissional da área, mas, desde que não passe dos limites, não vejo problemas. “Nada em excesso”. “A perfeição está na justa medida em todas as coisas”.